II
Já na sala, a velha senta-se no
sofá, embrulhada no xaile preto e roto. Como se tivesse sentido algo de
estranho no andar de cima, olhou para o teto, fazendo um esgar com a boca
desdentada. Algo ou alguém arranha o chão do
andar de cima, como se quisesse cavar um buraco. A velha levanta-se, furiosa, e
começa a subir as escadas.
No primeiro andar, ao cimo das
escadas há um corredor e ao fundo do corredor há uma porta, para onde a velha
se dirige, a coxear e a arrastar uma perna. Quando chega à porta, encosta o
ouvido e faz uma careta. Afasta-se da porta e, quando está a meio do corredor
ouve um ruído que a faz virar a cabeça, primeiro e depois o corpo todo. Volta a
aproximar-se da porta e abre-a, furiosamente, entrando de rompante. Fecha a
porta atrás de si e ouvem-se os passos dela a coxear e a arrastar a perna, num
som cada vez mais sumido. Ouve-se algo a bater e quase
imediatamente uns guinchos horrorosos. Depois faz-se silêncio e a velha regressa passados
alguns minutos.
Abre a porta e sai. Fecha a porta
e avança pelo corredor. Olha para baixo, como que
tentando perceber se a rapariga ouviu os barulhos. Continua e desce as escadas até
ao rés-do-chão, dirigindo-se ao quarto da rapariga. Encosta o ouvido à porta do
quarto, durante algum tempo, parecendo não ouvir nenhum ruido e afasta-se não
muito satisfeita.
(Continua)
(Continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário