segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Novas pistas de Luna?

Quando ia a descer a Rua da Paz, a Bé ouviu alguém falar em voz baixa e isso despertou-lhe a atenção. Parou, escondendo-se atrás de uma árvore e colocou a mão atrás do ouvido para tentar ouvir melhor.

“- Ouve lá, eu moro aqui há algum tempo e sei bem como as coisas se passam! Há aqui boa gente mas é sempre preciso dar um incentivosinho!”

“- O que queres dizer com isso?”

“-Então, eu costumo pedir comida nesta esquina e as pessoas já se habituaram a mim! Já me adoptaram, como agora se diz!”

“- E, como conseguiste?”

“ - Ora, comecei por miar com um ar suplicante, de quem já não come há semanas! Por acaso nem era grande mentira, pois eu, quando aqui cheguei, estava magro que nem um carapau seco!”

“ - Pois e a minha situação é muito grave, como sabes! Fui posta na rua há pouco tempo, em vias de dar à luz! Os meus quatro gatinhos já nasceram e não tenho possibilidades de os sustentar sozinha! Aquela família com quem vivia começou logo a torcer o nariz quando me viu de barriga grande e aproveitaram a época de férias como desculpa para me porem na rua!”

“ – Isso é muito feio!”

“ – Pior, é catastrófico!”

“ – Então, estás a dar-me razão! Se aparecermos todos em conjunto vão pensar que somos uma família desalojada e isso enternece, pelo menos algumas pessoas!”

“ – Não sei, tenho medo e os gatinhos também!”

“ – Confia em mim! Fazemos assim: eu vou à frente e peço comida pois já me conhecem! Logo a seguir apareces tu com os gatinhos atrás! Vais ver como vai dar resultado!”

A Bé estava atordoada. “Como este mundo é cruel” – pensava ela. Para seu grande desgosto a Rua da Paz estava cheia de gatos e gatinhos. Nunca vira uma tão grande população de felinos no Verão. Até parecia que havia uma praga. No entanto, a espécie humana estava a manifestar cada vez menos escrúpulos. Bem sabia que os gatos adoram fazer sofrer os ratos mas o facto dos seres humanos os deitarem literalmente fora, também estava a contribuir para o extermínio dos ratos e isso preocupava-a mais do que tudo o que ouvira. É claro que isso não desculpava os humanos pela sua crueldade! A Bé foi-se afastando, a pensar nisto, quando uma travagem forçada a fez virar a cabeça na direcção oposta – era um carro grande e cinzento, com quatro pessoas e…um rato. “ Mas…é o rato Mickey!” Como está velhinho, pensou a Bé. Velhinho mas bem conservado. Ninguém lhe dá a idade que ele tem, 81 anos. * “É uma celebridade que há-de atravessar várias gerações, um verdadeiro imortal!” – pensou a Bé em voz alta. Mas isto faz-me lembrar qualquer coisa. Claro! O postal da Luna! Será que aqueles também estiveram na Disneylândia? Ou, melhor, será que eles são os humanos que levaram a Luna sem saberem? Se assim for a Luna está com eles…naquele carro!

“- Merlin, Tatá! Parece que a Luna está a chegar!”

· http://www.rs4e.com/portal/sabias_que_mikey

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